Retorno a curto ou a longo prazo: o que vale a pena para a estrutura do seu negócio?
Apresentamos as características de investimentos de retorno a curto e a longo prazo para empresas, especialmente instituições que fornecem produtos ou prestam serviços para o setor público. Leia na íntegra!
Na busca por se manterem ativas e competitivas no mercado, empresas precisam redobrar a cautela quando o assunto é fazer novos investimentos. Com a crise econômica que afeta o país nos últimos anos, esse cuidado deve ser ainda mais apurado, já que, como se sabe, investimentos envolvem riscos que, muitas vezes, podem comprometer o futuro de uma instituição.
Esse cenário fortalece, no mundo corporativo, a discussão de um tema que, em outras proporções, já é muito debatido na esfera pessoal da vida de cada um: o prazo de retorno dos investimentos.
Se alguém pretende fazer uma aplicação em um fundo de investimento, por exemplo, a primeira informação que se busca é quanto tempo será necessário para que ele receba o dinheiro de volta e qual será a rentabilidade do recurso investido. Quando o assunto é uma empresa, a importância desses fatores não é diferente e, por isso, esse debate também precisa estar em pauta.
Sob essa perspectiva, o objetivo deste artigo é apresentar as características de investimentos de retorno a curto e a longo prazo para empresas, especialmente instituições que fornecem produtos ou prestam serviços para o setor público.
Portanto, se sua organização participa ou pretende participar de licitações públicas e você não sabe exatamente como calcular o retorno do seu investimento ou o prazo ideal de retorno para a estrutura do seu negócio, continue acompanhando nosso post e saiba mais sobre o tema.
CALCULANDO O RETORNO DE UM INVESTIMENTO
Antes de mais nada, é preciso deixar claro como é calculado o retorno de um investimento, afinal, por mais que essa seja uma tarefa cotidiana e até bem simples para muitas empresas, diversas instituições podem enfrentar dificuldades nessa análise. Para isso, é preciso trazer à mesa dois conceitos fundamentais para a matemática financeira de um investimento: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR), fatores indispensáveis para a análise da viabilidade financeira de projetos e novos negócios.
O VPL é, a grosso modo, o lucro obtido com o projeto. Mas, por mais que muitas vezes o lucro seja definido a partir de uma operação fácil em que se calcula quanto se ganhou menos quanto se gastou, quando se fala de investimento, a conta não é tão simples assim. É preciso considerar também o prazo envolvido na aplicação de recursos, pois só quando se traz os custos e os recebimentos para o valor presente é que se sabe, exatamente, qual a rentabilidade do investimento.
O TIR, por sua vez, é o valor que nos leva a avaliar se o VPL de um investimento será positivo ou negativo. Para chegar a esse índice, é preciso calcular o que foi investido e o que será recebido e aplicar uma taxa de desconto — normalmente, a Selic. Quando se trata de investimentos de médio ou longo prazo, no entanto, esse cálculo pode não ser tão simples, já que ele parte de hipóteses do que deve acontecer por um determinado período.
No contexto de cálculo do Valor Presente Líquido e da Taxa Interna de Retorno de um investimento, insere-se outro conceito imprescindível na análise econômica-financeira de um projeto. Payback nada mais é do que o tempo estimado para que os recursos aplicados em um projeto sejam recuperados e é outro fator que deve ser levado em conta na hora de avaliar que tipo de investimento — de curto ou longo prazo — é mais vantajoso para uma determinada estrutura de negócio.
Mas, você pode estar se perguntando, de que maneira esses conceitos se aplicam em cada modelo de investimento? É exatamente isso que vamos mostrar agora.
RETORNO DO INVESTIMENTO: CURTO PRAZO X LONGO PRAZO
Pensando superficialmente, nossa tendência pode ser acreditar que um investimento com retorno a curto prazo é sempre mais vantajoso para uma empresa. Isto se justifica pois não será necessário descapitalizar o caixa da instituição ou buscar grandes empréstimos e financiamentos para realizar o projeto, já que o recurso aplicado será recuperado rapidamente.
Mas, será que essa análise não é rasa demais para definir, com precisão, se essa é mesmo a melhor alternativa para o negócio? Quando se fala de investimentos no setor público, o cenário pode ser ainda mais complexo, por isso diversos outros fatores devem ser levados em conta.
Confira mais detalhes de cada modelo de investimento e saiba por que outros pontos devem ser considerados na hora de escolher os projetos em que sua empresa empregará recursos.
INVESTIMENTOS COM RETORNO A CURTO PRAZO
No âmbito do setor público, investimentos com retorno a curto prazo são os projetos inseridos em licitações tradicionais, regulamentadas pela Lei 8.666 — que estabelece um ano como o prazo máximo de um contrato, prorrogável por até 48 meses. Como já mencionamos neste artigo, calcular a Taxa Interna de Retorno de um investimento a curto prazo costuma ser uma tarefa mais simples, já que não é preciso ir muito longe para levantar hipóteses mais acertadas dos resultados a serem alcançados.
No entanto, como o resultado final tem que ser entregue em um curto prazo — mandatos duram quatro anos e todo gestor quer realizar o máximo possível nesse período —, o prestador de serviço precisa ter um payback rápido demais para compensar o investimento feito em um curto espaço de tempo.
Além disso, a legislação define o menor preço como critério principal da contratação de um fornecedor ou prestador de serviços, o que significa que a empresa pode até ter um retorno rápido do investimento, mas a rentabilidade do contrato é, geralmente, baixa frente a outras possibilidades, o que pode comprometer, inclusive, a sustentabilidade do projeto.
INVESTIMENTOS COM RETORNO A LONGO PRAZO
É válido ressaltar que quando falamos em curto ou longo prazo não estamos nos referindo ao investimento propriamente dito, e sim ao retorno que ele trará para o investidor. Em qualquer um dos modelos, o emprego dos recursos se dá, geralmente, em um curto prazo, e o que os diferencia é o período pelo qual a empresa responsável pelo projeto será ressarcida do valor investido e a rentabilidade do investimento.
Em projetos de longo prazo, como concessões e Parcerias Público-Privadas, a instituição privada parceira do poder público pode receber pelo projeto por até 35 anos, o que, apesar de delongar o retorno do investimento, pode tornar a rentabilidade do projeto muito mais atrativa. Ou seja, apesar da demora para o recebimento, a possibilidade de um lucro maior e mais garantido pode fazer com que o investimento com retorno a longo prazo seja um ótimo negócio para a sua empresa.
SISTEMA DE GARANTIAS E CÂMARA DE ARBITRAGEM
A rentabilidade não é a única vantagem dos projetos a longo prazo, que também contam com mecanismos que dão mais segurança para as empresas em relação ao pagamento pelo serviço prestado e ao cumprimento do que foi acordado no fechamento do contrato. O sistema de garantias, por exemplo, é diretriz da Lei 11.079 — que regulamenta as PPPs no Brasil — e prevê que um contrato de parceria a longo prazo defina garantias legais que possam ser executadas caso o pagamento das parcelas previstas não seja efetuado.
Além disso, nos contratos de longo prazo, normalmente é inserida a participação de uma câmara de mediação e arbitragem, que vai atuar em casos de desacordo entre as partes. Como o sistema arbitral é muito mais ágil do que a Justiça Comum e exige a atuação de um especialista no tema a ser debatido — o que não acontece na primeira instância do sistema jurídico brasileiro —, as discussões tendem a ser mais isentas e precisas, o que garante ainda mais segurança jurídica para as partes envolvidas.
A OPORTUNIDADE DE PROJETOS DE INFRAESTRUTURA
Projetos do Governo envolvem investimentos de diversos setores, mas, quando falamos da área de infraestrutura, as diferenças entre os contratos de longo e de curto prazo ficam ainda mais evidentes.
Em concessões e Parcerias Público-Privadas, a empresa vencedora do contrato fica responsável pela construção, manutenção e operação do empreendimento por até 35 anos e, durante esse período, será cobrada pelos indicadores de qualidade estabelecidos na parceria. Essa responsabilidade impacta diretamente dois fatores já mencionados neste artigo: a importância do investimento inicial e a rentabilidade do projeto.
Fazer um alto investimento nos primeiros anos da parceria é fundamental, por isso é tão importante discutir o Project Finance da proposta e as linhas de financiamento mais adequadas. Além disso, planejar acertadamente e entregar a melhor qualidade possível, desde as primeiras etapas de execução do contrato, é imprescindível para que a parceria seja bem-sucedida e o retorno do projeto seja, em um longo prazo, o maior possível.
Agora que você já sabe as principais diferenças entre investimentos com retorno a curto e a longo prazo, fica mais fácil avaliar qual dos modelos é mais interessante para a estrutura do seu negócio, não é mesmo?
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