Desafios da mobilidade urbana: 4 gargalos que precisam ser solucionados!

Ficar horas no carro por causa de um engarrafamento e esperar muito tempo para pegar um ônibus lotado são situações que mostram como os problemas do trânsito afetam os brasileiros independentemente da classe social. Nas médias e grandes cidades, a qualidade de vida é prejudicada e os desafios da mobilidade urbana são enormes.

O poder público, as empresas e a sociedade civil organizada estão preocupados com os fatores nocivos que o caos do trânsito provoca. Felizmente, existem iniciativas no Brasil e no mundo que priorizam melhorar o deslocamento de pessoas e reduzir o número de acidentes automobilísticos.

Neste post, serão abordados 4 gargalos que tornam o trânsito bastante complicado em vários municípios brasileiros. Também destacaremos algumas iniciativas para minimizar esse problema. Confira!

Conheça os principais desafios da mobilidade urbana no Brasil

É inegável que o deslocamento, em algumas cidades, é uma atividade bastante cansativa e estressante. Pensando nisso, mostraremos 4 fatores responsáveis por essa situação. Acompanhe:

1. Número elevado de veículos

A indústria automobilística tem uma grande participação na economia nacional. Um dos motivos é que os cidadãos, em busca de conforto e mais mobilidade, investem pesado na aquisição de carro. Muitas famílias, inclusive, optam por ter mais de um veículo para facilitar o cumprimento das tarefas da rotina (ir ao trabalho, levar os filhos à escola, etc.).

De acordo com o Sindicato das Empresas de Peças (Sindipeças), a frota de veículos no Brasil chegou a 43,4 milhões, em 2017. Esse número representou um avanço de 1,2% em relação ao ano anterior. Com a recuperação da economia nacional, a tendência é que a quantidade de automóveis e caminhões cresça nos próximos anos, o que torna a situação ainda mais complexa.

A capacidade de fluxo das vias está longe de crescer na mesma proporção que o número de veículos. Por isso, há o risco de os engarrafamentos serem ainda mais comuns nas cidades em que muitas pessoas optam pelo carro como meio de transporte.

2. Violência no trânsito

Com mais automóveis circulando e pessoas nervosas com a demora para chegar ao destino planejado, a violência no trânsito é, sem dúvida, um dos grandes desafios da mobilidade urbana. Dependendo da cidade, uma simples colisão pode provocar uma grande retenção no fluxo de veículos.

Se uma pessoa demora, em média, 30 minutos para chegar ao trabalho de carro, um acidente pode fazer com que esse tempo seja até superior a uma hora. Outro aspecto é que a gravidade das colisões acarreta prejuízos para o Estado que faz um investimento elevado no Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento às vítimas.

O incremento no uso das motocicletas também tem contribuído bastante para o aumento dos acidentes no trânsito e principalmente sua gravidade. A permissão para o tráfego das motocicletas nos corredores, entre as faixas de trânsito, agrava muito a ocorrência de acidentes nas cidades brasileiras. Em alguns países europeus está prática não é permitida, visando a segurança no trânsito.

Segundo o Ministério da Saúde, foram gastos R$ 253,2 milhões, em 2016, para internar pessoas envolvidas em acidentes automobilísticos. Se houver menos acidentes, esses recursos poderiam ser utilizados para expandir e melhorar a qualidade das vias, o que ajudaria a reduzir os engarrafamentos.

3. Qualidade do transporte coletivo

Deixar o carro na garagem é o desejo de muitas pessoas. Para viabilizar este desejo, o Planejamento do Transporte nas cidades é muito importante. Atualmente sabe-se que a solução passa pelo uso nas cidades de vários equipamentos de transporte de massa conjugados, como o Metrô, o VLT, o BRT, de forma integrada, com objetivo de atender às diferentes necessidades dos usuários de forma rápida e eficiente.

4. Condições das vias

Quantas vezes você já ouviu histórias de conhecidos que tiveram problemas no veículo por causa de buracos em uma rodovia? Com certeza, conhece muitas pessoas que interromperam uma viagem por causa de problemas mecânicos.

As condições precárias das vias também colaboram para que mais acidentes ocorram. Isso porque dificultam a condução dos motoristas.

Nas cidades, as ruas esburacadas e mal sinalizadas também contribuem para tirar a atenção dos motoristas e fazem com que as colisões aconteçam com mais frequência.

Na maioria dos casos, as vias foram construídas para receber um número menor de veículos do que comportam atualmente. Essa situação está ligada à falta de um planejamento a longo prazo, algo que acontece em diversos municípios brasileiros.

Pense nas alternativas para melhorar a mobilidade urbana

Não é uma tarefa fácil enfrentar os desafios da mobilidade urbana. Contudo, é possível adotar algumas iniciativas que ajudam a melhorar o deslocamento de pessoas.

Uma delas consiste nas obras de infraestrutura, que podem englobar a construção de viadutos, a ampliação de vias e a implantação de metrô, por exemplo.

É necessário muito planejamento e agilidade para que essas ações sejam finalizadas rapidamente e apresentem bons resultados. Um bom exemplo é o sistema Bus Rapid Transit, mais conhecido como BRT. Ele é utilizado em Curitiba, desde a década de 1970, e tem contribuído bastante para melhorar o fluxo de pessoas, tanto que a capital paranaense é uma referência mundial no uso desse modelo de transporte.

Esse mesmo caminho está sendo adotado pela Prefeitura de Contagem (MG) que realizou, no dia 06 de fevereiro de 2019, uma audiência pública sobre a concessão de transporte coletivo.

A proposta é implantar um Sistema de Transporte Integrado (SIM), que vai priorizar o BRT (modelo de transporte coletivo sustentado por sistema tronco-alimentado com integração física entre as linhas e estações). O projeto conta o suporte da Houer Concessões na elaboração de estudos econômico-financeiros.

Planos de mobilidade

Não bastam apenas obras de infraestrutura para superar os desafios da mobilidade urbana no Brasil. Também é fundamental que haja um foco em medidas para reduzir os acidentes e convencer o cidadão a utilizar o transporte coletivo com mais frequência.

Além de campanhas educativas, é necessário fazer com que os planos de mobilidade urbana sejam colocados em prática. O poder público e a sociedade devem ser parceiros na formulação e na aplicação das medidas, que podem envolver diversas atividades, como:

  • criação de corredores exclusivos para ônibus, táxis, vans e carros com mais de três pessoas, como ocorre em Vitória (ES);
  • restrição para caminhões circularem em áreas de muito movimento durante o dia;
  • investimento em tecnologia com a adoção dos sinais inteligentes, que funcionam de acordo com a movimentação dos automóveis;
  • construção de ciclovias 
  • adoção de iniciativas para uso do transporte sustentável, como o aluguel de bicicletas e patinetes;
  • incentivo a ações voltadas para a carona solidária.

É preciso que haja foco em resultados, bom senso e organização para enfrentar os desafios da mobilidade urbana no Brasil. Do contrário, o cidadão vai sofrer, cada vez mais, com um trânsito lento e caótico.

Se você deseja investir na qualidade de vida da população do seu município, vale a pena a leitura do nosso post sobre a solução para os problemas de mobilidade urbana do país. Afinal, o conhecimento é peça chave para superar as dificuldades!

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