[Infográfico] Ferrovias como alternativas aos problemas rodoviários: este é o caminho do futuro?

A infraestrutura tem um grande peso para um país ser mais desenvolvido e competitivo. No setor de transportes, existe a necessidade de optar pelas ferrovias como alternativa para tornar o Brasil menos dependente do setor rodoviário e também diminuir o custo do frete e perdas durante o transporte.

Em maio de 2018, os brasileiros passaram por momentos difíceis com a greve dos caminhoneiros. Durante o movimento, houve falta de combustível nos postos e de itens básicos nos supermercados, o que afetou negativamente a economia e o cotidiano de muitos cidadãos.

Neste post, abordaremos um histórico sobre o setor de transportes desde o século passado e a necessidade de investir nas ferrovias para melhorar o deslocamento de cargas e de pessoas no país. Confira!

Entenda como o transporte rodoviário se consolidou no Brasil

Na década de 1950, o presidente Juscelino Kubitschek adotou como lema “crescer 50 anos em 5”. A estratégia governamental tinha como foco a construção de rodovias. Isso se deu por 2 motivos: o primeiro se baseava no fato de que concluir uma estrada é, normalmente, um processo mais rápido do que terminar uma ferrovia.

O segundo tinha relação com o lobby da indústria automobilística que estava começando a se desenvolver no Brasil com a chegada das grandes montadoras.

Outro motivo que prejudicou o uso das ferrovias como alternativa de transporte foi a crise do café, que começou a perder influência em nossa economia a partir de 1929, com o crash da Bolsa de Valores de Nova York.

Conjuntura

Essa conjuntura afetou muitas empresas férreas que fecharam as portas por causa da ausência de trabalho, pois grande parte da produção de café era transportada por trens.

A estatização de companhias ferroviárias em 1957 fez com que os investimentos no setor tivessem um maior direcionamento para o deslocamento de cargas.

Vale destacar que os generais na ditadura militar (1964 a 1985) também apoiaram a construção de grandes rodovias e as multinacionais do setor automobilístico. Nesse período, a rede de estradas asfaltadas no território nacional passou de 3 mil quilômetros para 45 mil.

A construção da rodovia Rio–Juiz de Fora e da Ponte Rio Niterói são outros exemplos de como o transporte rodoviário era visto pelos militares como a melhor opção para o desenvolvimento do país.

Gargalos

Ao priorizar excessivamente as rodovias, o Brasil passou a ser prejudicado por gargalos que afetam negativamente a economia. Um deles é a qualidade das estradas que torna o transporte de mercadorias mais lento. De acordo com estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), somente 12,4% da malha rodoviária no país é pavimentada.

Outro indicador preocupante apontado pela pesquisa é que 61,2% das vias pesquisadas são classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Ou seja, os motoristas têm que conviver com uma série de dificuldades que envolvem a falta de sinalização e os buracos.

O estudo também destaca que 92,7% das estradas pavimentadas têm somente pista simples. Isso faz com que, em alguns casos, os motoristas enfrentem muitas dificuldades para ultrapassar veículos mais lentos, o que aumenta bastante o tempo de viagem.

Atualmente, o transporte rodoviário é responsável por movimentar mais de 60% das mercadorias e cerca de 90% dos passageiros. Esses números mostram como os problemas de infraestrutura da malha viária podem ser nocivos para a economia nacional.

A qualidade ruim das estradas e a imprudência dos motoristas consiste em uma combinação perigosa. Segundo a CNT, houve, em 2017, 58.716 acidentes com vítimas nas rodovias federais que provocaram 6.243 mortes. Esses números poderiam ser bem menores, caso houvesse um foco nas ferrovias como alternativa de transporte.

Conheça as vantagens do transporte ferroviário

Muitos desconhecem a potencialidade dos trens para melhorar o fluxo de mercadorias e de pessoas no Brasil. Pensando nisso, mostraremos alguns benefícios das ferrovias como opção de transporte. Acompanhe!

Mais segurança

Um fator que estimula o uso de trens para o deslocamento de cargas envolve a diminuição de acidentes. Em uma estrada, é alto o risco de haver alguma colisão por causa do estado da via e da imprudência de alguns motoristas.

Também vale destacar que os produtos estão mais expostos ao risco de serem roubados em uma rodovia. Os acidentes e as ações de bandidos fazem com que o empresário tenha muitos riscos de perder mercadorias ao escolher o transporte rodoviário. Por isso, é válido avaliar as ferrovias como alternativa para escoar a produção de maneira mais segura.

Capacidade maior de armazenamento

O setor agrícola brasileiro se caracteriza por ter uma produção bastante elevada, com a produção de milhares de toneladas de grãos. Para esses itens serem transportados com mais rapidez, as ferrovias devem ser vistas como um excelente recurso, desde que estejam devidamente conservadas.

No caso da soja, um caminhão tem uma capacidade armazenamento 150 vezes menor se compararmos com um trem. Só esse aspecto justifica um investimento forte nas ferrovias para diminuírem o número de veículos lentos nas estradas.

Redução de custos

As ferrovias como alternativa são interessantes para o Brasil porque podem deslocar uma quantidade enorme de mercadorias com um gasto bastante inferior ao do transporte rodoviário. Isso faz com que o custo médio por km/tonelada seja mais baixo nos trens se comparamos outros modais.

Com o transporte interferindo menos no valor dos produtos, os consumidores têm mais chances de adquirir itens de qualidade por preços acessíveis.

Saiba como o poder público pode investir no transporte ferroviário

Em um momento de recuperação econômica, a administração pública não tem uma grande capacidade de expandir a malha ferroviária por conta própria. Nesse caso, é possível optar por iniciativas como as Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Para essa ação apresentar os resultados previstos de forma rápida, a recomendação é contar com uma consultoria especializada na modelagem de concessões e PPPs. A Houer dispõe de profissionais experientes, que mostram como o edital pode ser elaborado para não haver divergências entre a administração pública e a iniciativa privada.

Uma das preocupações do poder público deve ser o preço das obras. Não adianta conseguir um valor muito baixo para as obras de construção de uma ferrovia, pois,com um valor abaixo do preço de custo, a falta de capital pode fazer com que a empresa responsável não tenha condições de concluir as atividades, tornando o processo ainda mais lento e obrigando a fazer uma nova licitação.

É necessário que haja um planejamento para expandir o potencial das ferrovias como alternativa de transporte no Brasil. Essa ação é imprescindível para dinamizar a economia, porque melhora a infraestrutura e reduz custos com o deslocamento de mercadorias, o que estimula o comércio gerando emprego e renda.

Para os que desejam investir com qualidade, a dica é ler este post sobre o papel da consultoria em PPPs. Afinal, o conhecimento é um fator que ajuda a superar os desafios!

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