Gestão de resíduos sólidos: Desafios, perspectivas, investimentos necessários e o que precisa saber sobre o PNRS

Entenda melhor os desafios do tratamento e destinação de resíduos sólidos no Brasil; saiba também o que é o PNRS

Como já abordamos em artigo anterior no Blog Houer, o saneamento básico é um conjunto de medidas que garante o acesso da população aos serviços de tratamento de água e esgoto, coleta, transporte, tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos urbanos e gestão das águas pluviais.

Dessa forma, o acesso ao saneamento básico é um direito humano fundamental e essencial para a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas.

Uma das principais questões relacionadas ao saneamento básico é a gestão adequada dos resíduos sólidos, que é fundamental para a manutenção da saúde pública e do meio ambiente.

Por isso mesmo, nesta publicação, vamos falar sobre este ponto tão importante no dia a dia da população: a gestão dos resíduos sólidos.

Neste artigo, vamos compreender o que consiste os resíduos sólidos, como é feita a sua gestão, os desafios deste serviço no Brasil, o que é o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e muito mais. Vamos lá?

O QUE SÃO RESÍDUOS SÓLIDOS?

Em síntese, resíduos sólidos referem-se aos materiais descartados pelas atividades humanas, como restos de alimentos, papel, plástico, vidro, metais, entre outros.

Portanto, a gestão adequada desses resíduos envolve a coleta, transporte, tratamento e destinação final de forma ambientalmente adequada e segura.

A falta de saneamento básico e gestão inadequada de resíduos sólidos podem levar a uma série de problemas ambientais e de saúde pública. Por exemplo, ocasiona o aumento da poluição do ar e da água, proliferação de doenças infecciosas e parasitárias, contaminação do solo e da fauna local, aumento das emissões de gases de efeito estufa com impactos negativos nas mudanças climáticas.

Além disso, a falta de gestão adequada de resíduos sólidos pode contribuir para a degradação dos recursos naturais e para a perda da biodiversidade.

BENEFÍCIOS DE UMA GESTÃO ADEQUADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Por outro lado, a adoção de práticas de saneamento básico adequadas e a gestão adequada de resíduos sólidos podem trazer benefícios significativos para a saúde pública e para o meio ambiente.

A promoção da coleta seletiva, por exemplo, pode contribuir para a redução da quantidade de resíduos gerados e para o aumento da reciclagem e reutilização de materiais, que possuem valor econômico.

Assim como o tratamento adequado de resíduos sólidos pode contribuir para a redução da poluição do solo e da água, bem como para a geração de energia a partir do biogás produzido pela decomposição dos resíduos.

DESAFIOS DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

No entanto, é importante ressaltar que a gestão adequada de resíduos sólidos não é uma tarefa simples. Ou seja, requer ações integradas envolvendo governos, setor privado, organizações da sociedade civil e a própria população.

Além disso, é necessário o investimento em infraestrutura e tecnologias que permitam o tratamento adequado dos resíduos sólidos.

Dentre os principais desafios da gestão de resíduos sólidos no país, destaca-se:

1 – Falta de infraestrutura adequada: grande parte dos municípios brasileiros ainda não possui infraestrutura adequada para a gestão dos resíduos sólidos, como aterros sanitários, usinas de triagem e compostagem, entre outros equipamentos. Isso faz com que muitos resíduos acabem sendo descartados de forma inadequada, causando impactos ambientais e de saúde pública.

2 – Baixa cobertura da coleta seletiva: apesar de existir uma política nacional de resíduos sólidos, a coleta seletiva ainda é muito baixa em muitas cidades brasileiras, o que dificulta a reciclagem e o reaproveitamento de materiais.

3 – Falta de conscientização da população: a falta de conscientização da população sobre a importância da destinação adequada dos resíduos sólidos é um problema grave. Muitas pessoas ainda descartam lixo em locais inadequados, o que contribui para a proliferação de doenças e a poluição do meio ambiente.

4 – Dificuldade na implementação de políticas públicas: a implementação de políticas públicas efetivas para a gestão de resíduos sólidos é um desafio. A falta de recursos financeiros e de capacidade técnica para elaborar e executar planos de gestão de resíduos sólidos também é um obstáculo.

5 – Geração de resíduos em grande escala: o Brasil é um país que gera uma grande quantidade de resíduos sólidos diariamente, o que exige uma gestão eficiente para evitar impactos negativos no meio ambiente e na saúde pública.

Para superar esses desafios, é necessário um esforço conjunto de todos os setores da sociedade, incluindo governo, empresas e população em geral.

É fundamental a criação de políticas públicas efetivas, a conscientização da população sobre a importância da gestão adequada dos resíduos sólidos e a ampliação da infraestrutura para a destinação adequada dos resíduos

O QUE ESTÁ SENDO FEITO NO BRASIL QUANDO O ASSUNTO É GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS?

No Brasil, existe a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010, e é uma política nacional que estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos no país. A PNRS é a lei que define as regras e as diretrizes gerais para a gestão dos resíduos sólidos no Brasil, como a responsabilidade compartilhada, a logística reversa, o incentivo à coleta seletiva, entre outras.

Além disso, existe também o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES), e consiste em um instrumento estratégico que busca orientar a implementação da PNRS. O PLANARES estabelece metas, diretrizes, estratégias e ações prioritárias para a gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos no país, com foco na implementação das políticas e programas relacionados ao tema.

Dessa forma, o Planares estabelece diversas metas para a gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos no Brasil. Dentre as metas do PLANARES, destacam-se:

1 – Encerramento de todos os lixões.

2 – Aumento da recuperação de resíduos para cerca de 50% em 20 anos. Com isso, metade do lixo gerado deverá deixar de ser aterrado e passará a ser reaproveitado por meio da reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética.

3 – Crescimento da reciclagem de resíduos da construção civil para 25%.

Para atingir essa meta, o governo federal tem incentivado os estados e municípios a implementar a gestão adequada de resíduos sólidos, além de disponibilizar recursos financeiros para a construção de aterros sanitários e outros equipamentos de destinação final de resíduos.

A  implementação do PNRS ainda enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada para a gestão de resíduos sólidos em muitas regiões do país, a falta de recursos financeiros para investimentos em tecnologias e equipamentos para a gestão de resíduos, além de questões culturais e comportamentais da população que dificultam a adoção de práticas sustentáveis de gestão de resíduos.

Em conclusão, o PNRS é uma política pública importante para a gestão adequada dos resíduos sólidos no Brasil. A implementação do plano é fundamental para a promoção da saúde pública e para a preservação do meio ambiente. No entanto, é necessário o envolvimento de todos os setores da sociedade na implementação das ações previstas no plano, bem como o investimento em infraestrutura e tecnologias para a gestão adequada dos resíduos sólidos.

PANORAMA ATUAL SOBRE O PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), o cumprimento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PLANARES) demandará um investimento de cerca de R$ 40 bilhões nos próximos anos.

Esses investimentos são necessários para a implantação de infraestrutura adequada para a gestão dos resíduos sólidos, como a construção de aterros sanitários, a instalação de usinas de triagem e compostagem, a ampliação da coleta seletiva, entre outras ações previstas no PNRS.

Vale destacar que esses investimentos devem ser realizados de forma integrada, com a participação de diversos setores da sociedade, incluindo o poder público, o setor privado e a população em geral.

Dessa forma, os investimentos necessários para o cumprimento do PNRS são expressivos, mas também representam uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e social do país. A gestão adequada dos resíduos sólidos pode gerar empregos, reduzir os impactos ambientais, promover a saúde pública e contribuir para o aumento da qualidade de vida das pessoas.

Portanto, é fundamental que o governo e a sociedade como um todo se engajem na implementação do PNRS e na destinação dos recursos necessários para tornar realidade uma gestão adequada dos resíduos sólidos no Brasil.

CURSO SANEAMENTO BÁSICO

O curso de Saneamento Básico, disponível na plataforma Houer Academy, é uma excelente opção para quem deseja se capacitar e aprimorar seus conhecimentos sobre esse importante tema.

Ao concluir o curso, os participantes estarão aptos a compreender os desafios e as oportunidades do setor de saneamento básico no Brasil e no mundo, bem como a identificar e aplicar as melhores práticas para a gestão de resíduos sólidos, tratamento de água e esgoto e outras atividades relacionadas ao saneamento básico.

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