6 estratégias para gerar melhorias na gestão da saúde pública e exemplos de sucesso
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2014, 71,1% dos brasileiros foram a unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento.
Isso mostra a importância do poder governamental para fornecer serviços básicos para a população, reforçando ainda mais a necessidade de buscar melhorias na gestão da saúde pública por meio da gestão de projetos e de boas opções de investimentos.
Aliás, em termos financeiros, o gasto do setor, em 2017, chegou a R$ 114,8 bilhões — cerca de 95% do orçamento previsto.
Para otimizar os recursos existentes e aumentar a eficiência dos serviços fornecidos ao público, é fundamental investir em estratégias práticas que ajudem a aprimorar a gestão e o atendimento existentes na saúde pública.
Porém, o setor ainda é muito sensível e carente de iniciativas capazes de gerar saltos de qualidade. No intuito de ajudar a aperfeiçoar a área de saúde, separamos adiante 6 tipos de estratégias que podem colaborar para esse propósito, além dos principais desafios da gestão pública e de casos de sucesso na área. Acompanhe!
Maiores desafios da gestão pública
O Sistema de Saúde Pública necessita, urgentemente, definir estratégias para amenizar os problemas causados pelo aumento de custos na saúde, superar a carência dos serviços públicos do setor e buscar aumento da qualidade e eficiência.
Além desses fatores, existem outros desafios da Saúde Pública brasileira que devem ser solucionados, como:
- a necessidade de reforma da estrutura do financiamento do sistema, com vistas a assegurar universalidade, igualdade e sustentabilidade do modelo;
- a carência de mecanismos que propiciem a otimização dos recursos financeiros;
- a premissa de adequação do modelo de atenção para atender às rápidas mudanças demográficas e epidemiológicas do país;
- a necessidade de garantir a qualidade da segurança e da atenção ao paciente com provisão de acesso a cuidados amplos;
- a exigência da implantação de mecanismos eficazes de regulação;
- a crescente quantidade de processos judiciais causada pela distância entre o direito legal à saúde e o que de fato é cumprido;
- a necessidade de promover a renegociação dos papéis públicos e privados, buscando viabilizar estratégias para proporcionar o atendimento universal, perante a crescente demanda pelos serviços públicos de saúde.
A demanda por políticas públicas vem apresentando um incremento que exige reformulações profundas nas formas de organização e de gestão para se adaptarem aos novos desafios sociais.
Para viabilizar a implantação de iniciativas nesse sentido, faz-se necessária uma nova mentalidade que reconheça que os desafios enfrentados pelo SUS não podem ser resolvidos a partir de uma única vertente.
Esses desafios devem ser solucionados com o esforço conjunto de toda a sociedade. Isso buscando o desenvolvimento de uma atuação planejada e compensatória que garanta a necessária universalização do atendimento e da qualidade dos serviços prestados à população.
Estratégias para gerar melhorias na gestão da saúde pública
1. Realização de parcerias público-privadas
As parcerias público-privadas (PPPs) são acordos feitos entre entidades governamentais e iniciativa privada para o fornecimento de serviços. O segundo grupo, inicialmente, não está sujeito a várias normas da gestão pública que tendem a burocratizar e até a tornar alguns processos mais lentos.
Por exemplo, a realização obrigatória de licitações a cada compra e a necessidade de contratação de profissionais sempre por meio de concurso público (processo que pode demorar).
Diante da crescente demanda pelos serviços públicos de saúde, a realização de programas de parcerias pode ser vantajosa para ambos os lados, promovendo saltos de qualidade, agilidade e eficácia no atendimento em saúde.
É necessário valorizar novas formas de pensar a gestão de saúde a partir de parcerias público-privadas para a implementação das políticas sociais, como parte das estratégias de consolidação do SUS.
Isso envolve uma importante mudança na forma como atores públicos se articulam com o setor privado, cenário em que as PPPs se saem bem, pois colaboram para:
- profissionalização da gestão do serviço;
- redução das despesas orçamentárias;
- definição do poder fiscalizatório;
- remuneração de acordo com desempenho;
- diminuição de custos de serviços;
- implantação de instrumentos de avaliação de desempenho;
- definição de política de educação permanente;
- transparência dos processos;
- qualificação da atenção ofertada a partir da integração e padronização de processos.
É muito importante que boas experiências praticadas na adoção de PPPs na gestão de saúde — que têm avançado na garantia da sustentabilidade política, econômica, científica e tecnológica do SUS — sirvam de base para os gestores públicos.
É válido ressaltar que as iniciativas propostas pela adoção das parcerias público-privadas têm se mostrado positivas, mas também apontam para a necessidade da adequação do processo de implantação da PPP. Esse processo é extremamente complexo e apresenta a necessidade de acompanhamento de equipes especializadas durante toda a trajetória.
Outro ponto a se destacar é a definição de mecanismos que garantam o respeito à contratualização por meio da profissionalização da gestão do processo e da implantação de mecanismos fiscalizadores eficientes.
2. Contratação de prestadores de serviço
Uma estratégia interessante para melhorar os serviços do SUS é a contratação de prestadores de serviços terceirizados, sendo uma das formas de contratação de pessoas jurídicas pelo ente público.
Para trabalharem com o setor público, empresas privadas de terceirização são obrigadas a manter a lisura em suas atividades, enquanto geram economia de custos para o governo. Isso porque são especialistas nas tarefas que executam, aumentando a eficiência das operações e eliminando desperdícios.
Também se destacam por motivos já citados: não precisam fazer licitações para compras e tampouco realizar concursos públicos para contratação de funcionários, de modo que tendem a ser mais ágeis na reposição de recursos humanos.
Aliás, na área pública, por contraposição, muitas vezes o prazo de contratação não é definido, tornando o processo ainda mais lento.
3. Agendamento de consultas e atendimento individualizado/especializado
Um modo de reduzir e até eliminar as longas filas de espera do SUS, além de economizar recursos, é individualizando o atendimento dos pacientes enquanto se consideram suas singularidades pessoais.
Esse agendamento deve ocorrer a partir de uma linha de cuidado, em que o usuário do SUS seja encaminhado para o especialista apenas quando for necessário. Considera-se que 85% das demandas podem ser resolvidas pela atenção básica, que deve ser o primeiro contato do usuário com a rede.
Isso evita que o indivíduo seja atendido por um especialista sem necessidade, muitas vezes sobrecarregando a rede de atenção, o que contribui para diminuir filas e agilizar a realização de exames médicos.
4. Uso de tecnologia para simplificação, integração e padronização de processos
O uso de tecnologia ajuda a padronizar processos e a fazer com que as atividades realizadas e os recursos adquiridos sigam parâmetros bem definidos. No entanto, esse fator ainda é pouco explorado na saúde pública, com exceção, talvez, dos equipamentos hospitalares.
A tecnologia também é uma aliada na gestão, na operacionalização do atendimento e na organização de consultas e exames.
Por exemplo, um sistema de agendamento automático, com recursos de confirmação de presença, agiliza esse processo e colabora para a diminuição do absenteísmo dos pacientes.
Softwares que geram senhas e painéis que mostram a ordem dos chamados podem ser úteis na triagem, evitando demoras e desencontros de informações. Há, ainda, sistemas que ajudam na rotação de leitos de UTI, aumentando a eficiência no controle das camas disponíveis e ocupadas e na comunicação de vagas entre diferentes unidades hospitalares.
Bancos de dados que guardam informações médicas dos pacientes podem ajudar vários médicos a atenderem corretamente, evitando perda de tempo tendo de coletar dados com os usuários do SUS repetidas vezes.
Uma estratégia que tenha por base o investimento em tecnologia pode reduzir custos, aprimorar o atendimento ofertado à comunidade e aumentar a presteza de processos, além de diminuir o número de erros humanos.
5. Adoção de mecanismos de mensuração de desempenho e indicadores
O uso de um PEP em conjunto com um painel de indicadores coloca a tecnologia a favor da boa gestão pública na saúde.
A integração desses dois permite avaliar o número de pacientes atendidos, a quantidade de pessoas que entraram e saíram da unidade médica, o volume de exames feitos, entre outros processos. Isso é importante para o trabalho dos gestores da área, uma vez que passarão a ter acesso a dados estratégicos e valiosos para a tomada de decisão.
Aliás, empregar indicadores de performance é fundamental para analisar o desempenho, a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes e a porcentagem das metas que já foram alcançadas. Além disso, o uso de métricas faz com que os gestores possam reconhecer as fragilidades em tempo hábil e melhorar os processos de trabalho.
6. Capacitação de equipes
Para que os processos de atendimento, operacionalização e gestão sejam executados adequadamente, desde o atendimento da triagem até a consulta, uma boa capacitação é primordial. Toda a equipe da unidade de saúde necessita passar por treinamento que considere todas as fases de atendimento médico e administrativo do processo, de modo a assegurar que os profissionais fiquem prontos para o atendimento.
Uma boa capacitação gera qualidade maior no atendimento do público, além de contribuir para profissionais mais atenciosos e empáticos. Dessa forma, o aproveitamento de recursos técnicos, econômicos e humanos poderá ser consideravelmente elevado.
Além disso, é fundamental garantir que o treinamento seja periódico e relevante ao longo do tempo, sendo atualizado constantemente com vistas às modernizações tecnológicas na área da saúde e ao surgimento de boas práticas no setor.
Vale destacar que, para obter melhorias duradouras na gestão da saúde pública, é fundamental investir continuamente na estratégia adotada. Outro ponto a ressaltar é que a adoção de mais de uma dessas ações pode elevar consideravelmente os resultados, otimizando o gerenciamento da saúde pública.
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Muito interessante o artigo 6 ESTRATÉGIAS PARA GERAR MELHORIAS NA GESTÃO DA SAÚDE PÚBLICA E EXEMPLOS DE SUCESSO. Parabéns!
Obrigada Jacqueson! Assine nossa newsletter para receber mais conteúdos como esse!
Bacana demais esse artigo, estava pesquisando saúde e bem
estar na internet e acabei achando essse site… Muito Legal!!!