O futuro das concessões e PPPs: O que esperar para 2025? 

Analisamos as principais tendências para 2025 nas concessões e PPPs no Brasil, incluindo os avanços tecnológicos, sustentabilidade e parcerias estratégicas nos setores de educação, rodovias, energia limpa e infraestrutura pública

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, o desenvolvimento da infraestrutura vai além de uma simples necessidade. Ele é fundamental para conectar as diversas regiões, impulsionar a economia local e melhorar a qualidade de vida da população. 

Com investimentos recordes em 2024 e perspectivas ainda mais promissoras para os próximos anos, o setor de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) está em uma fase de transformações, marcada pela integração de tecnologias inovadoras, foco em sustentabilidade e a expansão de parcerias em setores essenciais como educação, mobilidade urbana e energia limpa. 

Este artigo explora as principais tendências que vão ditar o cenário em 2025, destacando os avanços em áreas como educação, rodovias e sustentabilidade, além do impacto da inovação tecnológica e das energias renováveis nesses projetos.

PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS PARA 2025

O ano de 2024 marca um recorde histórico no Brasil, com investimentos em infraestrutura estimados em R$ 259 bilhões, de acordo com a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

Ainda segundo o artigo, esse volume reflete uma retomada significativa no setor, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Hoje, o estoque de capital em infraestrutura equivale a 35,5% do PIB, muito aquém do ideal de 60%. Contudo, as projeções para os próximos anos são positivas. Até 2027, os leilões previstos devem garantir cerca de R$ 300 bilhões em novos investimentos. Especificamente em 2025, espera-se a realização de licitações que impulsionarão ainda mais a expansão do setor, consolidando o superciclo das concessões no Brasil.

Além disso, em 2025, o Brasil deverá realizar quase 90 leilões de projetos em setores estratégicos como rodovias, ferrovias, portos e saneamento, mais que o dobro do total registrado em 2024, quando ocorreram cerca de 40. Especialistas apontam que essa expansão sinaliza um movimento decisivo para impulsionar investimentos e fortalecer a infraestrutura nacional.

DESAFIOS

Apesar dos avanços previstos para 2025, o Brasil ainda enfrenta desafios em sua infraestrutura. Atualmente, o país investe menos de 2% do PIB no setor, quando o ideal seria entre 4% e 4,5%. Essa lacuna tem impactos diretos na economia, na competitividade das empresas e até no custo de produtos importados que chegam às prateleiras brasileiras.

No novo episódio da TV Houer, Camillo Fraga, diretor comercial do Grupo Houer, analisa como essa defasagem estrutural afeta o cotidiano dos brasileiros e quais são as possíveis soluções para transformar o setor. Durante o episódio, ele também explora exemplos concretos, como a profundidade do Porto de Santos, um fator crucial que influencia os custos do comércio internacional.

DESTAQUES PARA 2025

1. Parcerias entre os setores público e privado na educação 

Para o Grupo Houer, as Parcerias Público-Privadas estão se tornando ferramentas cada vez mais relevantes para transformar a educação pública no Brasil. Em 2024, a oferta de projetos nesse segmento cresceu com iniciativas que visam tanto a construção quanto a manutenção de escolas.

Estima-se que tais iniciativas possam beneficiar milhares de alunos, melhorar o desempenho acadêmico e gerar impactos sociais significativos, como o aumento na taxa de conclusão escolar e redução da evasão.

2. Modernização das rodovias
   

O setor de rodovias é outro destaque das concessões e PPPs no Brasil. Com o setor privado assumindo a execução de operações e manutenções, as rodovias estão se tornando mais modernas e eficientes. A incorporação de tecnologias inteligentes, como sistemas de monitoramento e controle de tráfego, está transformando a mobilidade e melhorando a experiência dos usuários.

Projetos de rodovias inteligentes, que priorizam segurança e eficiência, são uma tendência clara para 2025. No entanto, é crucial garantir incentivos regulatórios e financeiros adequados, além de flexibilidade nos contratos de longo prazo para que esses projetos acompanhem as mudanças de cenário ao longo do tempo.

Vale ressaltar que a agenda de concessões de rodovias ou de modelos mistos promete ser intensa na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nos próximos dois anos. São pelo menos 12 leilões programados pelo Ministério dos Transportes. Somados, os leilões têm previsão de investimentos de R$ 96,3 bilhões na infraestrutura da malha viária de 8 mil quilômetros de rodovias. Há, ainda, previsão de outros R$ 59,2 bilhões em custos de investimentos. Todos os contratos terão 30 anos de duração.

3. Sustentabilidade como pilar das concessões

A incorporação de práticas sustentáveis tem se tornado indispensável em projetos de infraestrutura. Um exemplo notável é a concessão dos serviços de saneamento básico em Governador Valadares, modelada pelo Grupo Houer. 

O projeto prevê investimentos de R$ 1,3 bilhão em abastecimento de água e esgotamento sanitário, além de gerar benefícios indiretos estimados em R$ 3,1 bilhões, promovendo a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável da região.

Essas iniciativas sinalizam um futuro em que sustentabilidade e infraestrutura caminham lado a lado, trazendo benefícios concretos como a redução de emissões de gases de efeito estufa, maior acesso a serviços básicos para comunidades vulneráveis e a preservação de recursos naturais para as próximas gerações.

4. Energias Renováveis

Outro aspecto essencial para o avanço das concessões e PPPs é o uso de energias renováveis. No Estado do Pará, por exemplo, o Grupo Houer lidera um projeto que promove o uso eficiente de recursos naturais, com a geração estimada de mais de 337,3 mil MWh de energia limpa. Essa abordagem não apenas reduz o impacto ambiental, mas também garante a sustentabilidade das operações de longo prazo.

A transição para fontes de energia renováveis é uma tendência irreversível. Segundo dados da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), a capacidade global de energia renovável cresceu em 2023, e no Brasil, a expectativa é que novos projetos aumentem a participação de fontes renováveis.

CONCLUSÃO

Portanto, as concessões e PPPs no Brasil estão em uma nova era, impulsionadas por investimentos recordes, avanços tecnológicos e uma crescente preocupação com a sustentabilidade. Em 2025, a tendência é que o setor continue a evoluir, moldando um futuro mais moderno, eficiente e com responsabilidade socioambiental. 

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